A Confederação Internacional de Autores Audiovisuais (AVACI) lançou uma campanha uma campanha internacional de apoio à greve realizada por seus colegas americanos filiados ao sindicato Writers Guild of America (W.G.A.), exigindo melhorias salariais.
Nos últimos dias, autores de todo o mundo acompanham com expectativa as ações realizadas por seus colegas nos Estados Unidos e, neste contexto, a AVACI -assim como a Federação de Sociedades de Autores Audiovisuais Latino-Americanos (FESAAL)- expressam sua apoio à luta dos roteiristas de Hollywood que exigem melhor compensação financeira, liquidação de direitos autorais, dados de audiência e seguro médico.
É importante lembrar que os roteiristas de cinema e televisão de Hollywood iniciaram uma greve por tempo indeterminado em 2 de maio de 2023, como "uma medida em resposta às denúncias de baixos salários e remuneração insuficiente pela distribuição de seus produtos em várias plataformas (Netflix, HBO, Disney)", conforme relatado pelo site especializado The Hollywood Reporter.
Photos - Striking WGA workers picket outside the Sunset Bronson Studios building in Los Angeles Getty Images - WGA (Los Angeles Times)
Nesse contexto, mais de 11.500 membros do Writers Guild of America (W.G.A.) votaram a favor da greve, denunciando uma queda de 23% nos salários do setor na última década e criticando duramente as grandes redes de televisão que contratam equipes reduzidas para escrever séries cada vez mais curtas.
A greve anterior dos roteiristas, que durou 100 dias, ocorreu em 2007 e custou US$ 2 bilhões à indústria. A revista e o site Variety destacam que “a Inteligência Artificial (I.A.) é outro assunto que preocupa seriamente os roteiristas, pois exigem que todo o conteúdo gerado por computação eletrônica seja declarado 'não literário' e reivindicam um aumento nos chamados 'residuais': uma compensação adicional que recebem quando esse conteúdo é transmitido por um meio diferente do original”.
Vale ressaltar que os motivos que impulsionaram a greve dos autores americanos são um problema que se replica em sociedades de escritores e roteiristas de diferentes partes do mundo, que sofrem fortemente com a precarização desde o surgimento da produção original em plataformas de streaming, o que reduziu seu envolvimento nos projetos, afetando tanto os salários quanto o desenvolvimento profissional dos autores.
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